A PERCEPÇÃO DA TERCEIRA IDADE SOBRE O CAMINHO ENTRE O ENVELHECIMENTO E A MORTE

A Velhice e a Presença da Finitude: a Percepção da Terceira Idade sobre o Caminho entre o Envelhecimento e a Morte


Resumo: Este artigo trata-se de dois assuntos de grande preconceito e negação da nossa sociedade, pois, a velhice e a morte são consideradas como algo não desejável. O objetivo desse artigo foi de dar voz aos longevos e compreender como eles lidam com o fato de que estão mais próximos da própria finitude. Foi possível concluir que tanto as relações sociais como a espiritualidade tem grande influência na forma como eles lidam com a aproximação do fim da vida. Alguns teóricos, tanto da psicologia como da filosofia, foram utilizados para uma melhor compreensão sobre o tema.
Palavras-chave: Velhice, Morte, Finitude, Preconceito.

1. Introdução

O envelhecimento populacional é hoje, um fenômeno mundial. No caso do Brasil, pode ser exemplificado por um aumento da participação da população de maior de 60 anos que já supera o crescimento da população total conforme Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE (1996).
A proporção da população “mais idosa”, isto é, mais de 80 anos também está aumentando, alterando a composição etária dentro do próprio grupo, ou seja, a população considerada idosa também está envelhecendo (CAMARANO, 2002).  Até 2025 segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil será o sexto país do mundo em número de pessoas na terceira idade.
Portanto, o interesse da Psicologia quanto às questões sobre o envelhecimento, de certa forma, é recente, pois, as questões concernentes à gerontologia só ocorrem no final dos anos 50, sendo influenciado ritmo de crescimento da população com mais de 60 anos no mundo (ARAÚJO, 2005).
De acordo com Oliveira, Pedrosa e Santos (2009) mesmo que tenha aumentado à expectativa de vida da população brasileira, existe grande ênfase nos estudos da adolescência e infância e poucos trabalhos sobre os idosos. Teóricos relevantes que estudaram o desenvolvimento humano, como Piaget, Vygotsky e Wallon dedicaram toda a sua obra a infância e adolescência, levando a pensar que a partir da idade adulta e velhice não há transformações importantes a serem consideradas.
Contudo, a cada ano que passa, a realidade vem se transformando e a velhice tem ganhado mais importância no meio acadêmico como afirmam Almeida e Santos (2002). Entretanto, os estudos que são realizados aos idosos estão ligados principalmente a área da saúde pública e medicina, e poucas pesquisas sobre o envelhecimento do ponto de vista psicossocial.
Questões ligadas à sexualidade, solidão, morte dentre outras são poucos explorados, conforme Oliveira, Pedrosa e Santos (2009). O medo que é gerado de tocar em temas considerados tabus em nossa sociedade é ameaçador e provoca o que Debert (2004) chama de conspiração do silêncio. A preocupação principal da autora refere-se sobre a dissociação que fazem as pesquisas realizadas na atualidade entre a imagem da velhice e as questões ligadas a doença e morte mascarando a sua realidade. 
Conforme o livro a reinvenção da velhice de Debert (2004), são apontados alguns fatores que vão montando um quebra-cabeça, no qual nos mostra que o conceito de ser velho e velhice são construídos por interesses sociais. Sendo os adultos os protagonistas desse movimento, que colocam as crianças num patamar de inferioridade e de imaturidade e o velho numa posição de alienado e incapaz de tomar suas próprias decisões.
De acordo com Oliveira, Pedrosa e Santos (2009) a morte, como o tema  utilizado nessa pesquisa, é um fenômeno que pauta e orienta as práticas dos indivíduos. O ser humano é o único que tem consciência da sua própria finitude, sendo esta a causa de muita aflição para as pessoas. Existe um esforço em afastar a morte  da vida cotidiana das pessoas e quando pelos meios de comunicação é veiculada alguma informação, geralmente o que aparece e uma morte sofrida e  triste a qual se tem pavor.
De acordo com Oliveira, Pedrosa e Santos (2009) é comum que não fique sempre pensando na morte até por que se precisa viver, e para distanciá-la se utiliza diversos mecanismos psicológicos, dentre eles a intelectualização, a negação, o deslocamento. Contudo, o medo de trazer a morte a própria consciência  persiste na maioria das pessoas.
De acordo com Kovacs (1992) existem hoje dois medos das pessoas quando se fala da morte: medo da morte do outro (abandono) e medo da própria morte (finitude). Quando o individuo se volta para si mesmo e fala da morte pode-se relacionar esse medo em três aspectos: medo da extinção, medo do que pode vir depois da morte do outro, medo do sofrimento e da impotência que a morte causa.
É interessante notar que a morte sendo a única certeza da vida, o ser humano tenha medo de simplesmente pensar sobre ela ou de enfrentá-la. Neste aspecto Kovács  (1992) explica a questão da morte como algo que foi construído socialmente e submissa a variáveis, como a espiritualidade.
Pessini, Btanchini (2006) se referem à etimologia da palavra espiritualidade como  significado do  sopro da vida, encontrar sentido da existência. A espiritualidade, na busca pela transcendência, vai buscar sentido  para além dos  dogmas das religiões tradicionais.
A Transcendência envolve a tentativa de poder ter uma melhor compreensão de algo que está além das suas capacidades, podendo ser uma força superior que pode estar ligada a uma figura divina trazendo um sentido de pertencimento maior que o âmbito individual e uma melhor aceitação da morte.
O presente artigo busca entender sobre como as pessoas da terceira idade lidam com o fato da própria finitude, levando em consideração fatores como as relações sociais e a espiritualidade. Além das explicações ligadas ao transcendental, vertentes científicas e filosóficas também se debruçaram sobre o assunto, como as teorias que veremos a seguir.

2. Algumas Teorias

Para Erik Erikson (1964) psicólogo responsável pelo mapeamento das etapas do desenvolvimento psicossocial ao longo da vida, descreveu sobre os sentimentos gerados sobre a última fase da existência do ser humano integridade x desesperança.
A última etapa do desenvolvimento psicossocial é marcada por um olhar retrospectivo fazendo com que, ao aproximar-se do final da vida a pessoa que está na terceira idade sinta a necessidade de avaliar o que dela fazemos (RODRIGUES, 2001).
Conforme Rodrigues (2001, p. 281),
“na duplicidade integridade x desesperança, a integridade indica que o individuo considera positivo o seu percurso da vida, ou seja, toma a consciência que a vida teve sentido e que foi feito todo o possível dadas às dificuldades e sua capacidade. E consegue lidar com a aproximação da morte como algo aceitável de ser encarada”.
Segundo Erikson (1999, p.183) “[...] o possuidor da integridade está preparado para defender a dignidade do seu próprio estilo de vida contra as ameaças físicas emocionais e econômicas”.
A integridade significa que há um sentimento de que a vida foi bem vivida, mesmo que nem todos os seus desejos e sonhos foram realizados, e essa satisfação prepara-o para aceitar a deterioração física e a inevitável morte, porém, com um sentimento de mais tranquilidade quanto a sua finitude.
Se a avaliação da existência for negativa existe um sentimento que não aproveitou o tempo e não se concebe  quase nada da sua vida, existe o desejo de retroceder, de readquirir as oportunidades que foram  perdidas para reformular as opções e escolhas que foram feitas. Supondo que seja demasiadamente tarde demais, pode instalar-se desgosto, angústia e o medo da morte (RODRIGUES, 2001).
As pessoas que consideram a sua vida como mal vivida, lamentam as oportunidades que foram perdidas e sentem que já é tarde demais para se reconciliar consigo mesmo, podem surgir angústias, medo e desespero da morte.
Conforme Erikson (1964) nos lembra “O desespero expressa o sentimento de que o tempo agora é curto, curto demais para a tentativa de iniciar outra vida e experimentar caminhos alternativos”.
Para a filosofia, a morte traz uma reflexão como uma oportunidade de compreender a própria existência, essa corrente filosófica afirma que a relação entre a vida e a morte é o que mais caracteriza o ser de acordo com (CUNHA, 2010).
Epicuro filósofo (341 a.c) compreende que existem dois medos que impedem o homem de encontrar a felicidade: o medo do divino (transcendente) e o medo da morte (finitude). E continua dizendo que é insensato ficar com medo da morte, não por que ela aflija quando vier, pois não vamos sentir nada na morte, mais o que não traz medo e angustia é pensá-la e prevê-la, o que não nos deixa perturbado quando está presente nos deixa perturbado enquanto esperamos. “Ter medo da nossa própria não existência futura é algo tão irracional como lamentar a não existência que desfrutamos antes do nosso nascimento” (VIANA, 2010 p.189).
Sábio é aquele que vive cada dia, e não teme a finitude, viver não é um peso para ser carregado e não viver não é algo terrível (VIANA, 2010). Para Russel (VIANA, 2010 p.189) para discutir sobre a morte é necessário começar pela parte exterior é entender se o individuo é o mesmo de sempre, acreditando que a continuação do individuo está baseada em hábitos e memoria.
Levando em consideração que os hábitos e memorias estão ligados ao cérebro e com a morte se decompõe, se dissolvendo também as suas características juntamente com o corpo e alma, e continua dizendo que foram as emoções que levaram as pessoas a crerem em uma vida após a morte, e não a razão.
Dois filósofos existencialistas foram importantes para nortearem essa pesquisa como Jean-Paul Sartre e Soren Kierkegaard. Para Sartre, a existência não tem razões e nenhuma explicação, pois por mais que se tenham sonhos e objetivos, existe também a consciência que a morte um dia vai chegar, fazendo com que todos os planos e sonhos não tem sentido algum (VIANA 2010, p. 189).
Em seu livro a Náusea Sartre (1938) aborda a ideia que o maior desejo que o homem tem por toda a sua vida é encontrar o sentido que a sua existência tem, por mais que a vida possa parecer absurda. Através dessa crise existencial gera dois caminhos que podem ser percorridos: a náusea (indiferença, tedio, angústia) para as pessoas que são ateu, e transcendência (comunhão com o Divino) para os que tem fé.
De acordo com Nunes (2006) Sartre achava que Deus não existia, portanto, o homem devia ser o maior juiz de si próprio, garantindo uma grande variedade de valores e caminhos sendo preso pela angustia as suas escolhas.
Sartre foi muito influenciado pro Heidgger (1947) que acreditava que quando o homem chegava a sua situação limite, que é a morte, passa a ter um olhar mais critico da sua própria existência. 
“Sartre diz que quando o homem percebe que existe e que um dia terá de morrer, e, sobretudo quando não vê qualquer sentido nisso tudo, ele passa a experimentar o medo. Ele diz também que o homem se sente alienado num mundo sem sentido. O sentimento do homem de ser um estrando no mundo, diz Sartre, leva a uma sensação de desespero, tédio, náusea e absurdidade (GAARDEN, 2006 p. 487).
Por outro ponto de vista Kierkegaard que acreditava na existência de Deus, dizia que o mais importante não é saber se existe um ser transcendente verdadeiro para todos, mas si esse ser é verdadeiro para mim.
Kierkegaard acreditava haver três possibilidades diferentes de existir, dando o nome dessas possibilidades de “estagio estético”, ”estagio ético”, “estagio religioso” dando esse nome de estagio, pois, podemos saltar dos estágios inferiores para os superiores de repente (GAARDEN,1995, p. 408).
Segundo essa teoria, quem esta no “estágio estético” busca pensar apenas no momento e esta sempre procurando o prazer, acreditando que bom é sempre  que é bonito, prazeroso ou agradável, tal pessoa vive apenas no mundo dos seus sentimentos. Tudo que o deixa aborrecido é algo negativo, e diante de algum sofrimento ou preocupação adota um comportamento de apenas observador do conflito (GAARDEN, 1995, p. 408).
Os que estão nesse estagio esta sujeito a sentimentos de medo e sensação de vazio existencial. Que para Kierkegaard o medo pode ser algo positivo, pois, pode fazer se encontrar em uma situação existencial que o faça mudar para um estagio superior.
Se a pessoa decidir mudar para o “estágio ético”, percorrerá o caminho da intersubjetividade, ou seja, entrará em comunhão com os homens, e se decidir saltar para o “estagio religioso” ira transcender e entrará em contato com o Divino.
Se o individuo tomar a decisão de passar do “estágio estético” para o “estágio ético” o mesmo estrará em uma fase marcada pelos sentimentos de aparente tranquilidade fazendo as suas escolhas sempre segundo padrões morais.
Os saltos podem ocorrer sempre de trás para frente ou vice-versa. Pode acontecer um dia em que o homem piedoso sinta cansado de ser tão certo com as suas coisas e com seus deveres que começa a sentir fadiga em sua existência. Podendo ser possível que adote uma atitude mais lúdica em relação à vida e volte para o “estágio estético”.
Em quanto outros preferem transcender a ir para o “estágio estético” (prazer) ou “estagio ético” (razão). Para Kierkegaard apenas nesse caso que o homem pode ser reconciliar com a sua própria vida (GAARDEN,1995, p. 410).
Desta forma, a angústia humana, é sentida quando o homem percebe que é um ser finito, buscando sempre os estágios superiores da sua existência, onde se encontra em comunhão com as pessoas e com o transcendente. Mas para Sartre essa mesma ideia de existência leva o ser humano a uma angústia, um estado de náusea existencial, pois o mesmo percebe que é o único autor das suas escolhas, percebendo que está sozinho no mundo sem Deus para socorrê-lo.

3. Representações sobre a Terceira Idade

De acordo com Neto (1997) biologicamente, dentro de um esquema natural, todos os seres humanos seguem uma trajetória inflexível constituída por concepção, desenvolvimento, nascimento, maturidade, envelhecimento e morte.
Porém mesmo a sociedade tendo consciência desse esquema natural da vida “existe grande preconceito contra o idoso sendo a sua idade construída sempre em contraposição a identidade do jovem, contrapondo as qualidades: atividade, força, memoria, beleza e produtividade (MERCADANTE, 1996 p. 73).
A juventude e o vigor tornaram-se centrais numa sociedade que tem o corpo como meio de expressão e de construção de identidade. O apelo dos meios de comunicação se dirige de forma cada vez mais exacerbada, as características físicas, beleza, força, perfeição e a saúde, as quais são buscadas através da forma de consumo de diferentes produtos que o sistema capitalista oferece (GOLDEBERG; RAMOS, 2002).
De fato, a civilização ocidental se construiu baseada nos princípios do capitalismo, utilidade\inutilidade, onde existe uma grande preocupação de acumulo de capital buscando cada vez mais variados produtos para serem comercializados (PATRÍCIO, 1998).
“A trilogia do produzir\vender\comprar-consumir tornou-se o eixo da sociedade, e as pessoas, como os idosos, que não estão em um dos pontos desse fluxo, são vistas como inúteis e, por extensão, excluídas, denominação eufemística ao processo de descarte social, tal como se faz com as coisas usadas, obsoletas ou que não dão mais prazer e se tornam lixo (BURSZTYN, 2000 p. 27).
Conforme  Erikson (1998) observa que o ciclo da vida individual não pode se adequadamente compreendido a parte do contexto social em que está inserido. O indivíduo e as sociedades estão totalmente entrelaçadas, dinamicamente inter- relacionados em continuo intercâmbio. Se um ideal culturalmente viável da velhice, a nossa civilização realmente não possui um conceito de vida. Como resultado, a nossa sociedade não sabe verdadeiramente como integrar os anciãos em seus padrões básicos ou em seu funcionamento vital.
Em vez de serem incluídos na sociedade os idosos são geralmente negligenciados e ignorados como corporações de vergonha. No Brasil existe um grande numero de pessoas na terceira idade que sofre um grande processo de exclusão social.
Mesmo havendo grande discriminação na sociedade, houve um aumento na expectativa de vida da população, levando a pensar na hipótese que os fatores responsáveis desse aumento de vida sejam um avanço nos serviços de saúde e a melhoria dos acessos dos idosos a esse mecanismos (PATRÍCIO, 1998).
Embora os serviços de saúde sejam importantes, não são os únicos fatores responsáveis pelo prolongamento do tempo de vida dos longevos.
House e Umberson (1998) apud Ramos (2002) enfatiza que as relações sociais tem um papel essencial para a melhora ou prevenção de problemas de saúde física ou mental, aumentando o tempo de vidas das pessoas.
Pesquisas realizadas demonstraram que as relações sociais são capazes de moderar os efeitos de estresse em pessoas que passam por problemas de saúde, morte de familiares e crises financeiras (SILVERSTEIN E BENGSTON, 1994 apud RAMOS 2002).
As redes sociais que são formadas por amigos e familiares, de forma significativa auxiliam na qualidade de saúde dos idosos. Sobre a presença desses suportes sociais e esperado que os anciãos sintam-se protegidos, amados e seguros para lidar com os problemas de saúde e tenham uma melhor alta estima (CICIRELLI, 1990 apud RAMOS, 2002).
Conforme ORTH-GOMER e JOHNSON (1987) apud RAMOS (2002, p. 157) “Normalmente a ausência de parentes, tais como cônjuge ou os filhos está associado com doença e mortalidade entre as pessoas mais idosas”. Como foi argumentado pelos autores, existe uma grande importância dos vínculos afetivos para uma maior e melhor expectativa de vida dos idosos, porém não se pode negar que biologicamente em condições naturais a faixa etária que mais está próxima da morte são as pessoas na terceira idade. Veremos a seguir sobre com se da essa relação idoso\morte.  

4. Idoso e a Morte

De acordo com CARSOLA (2004) a morte se constitui no fato mais assustador da vida, certamente o maior deles frente ao qual não temos controle, previsão e qualquer compreensão.  E o mesmo autor continua informando que a  negação da morte faz parte da nossa cultural atual, por isso tentamos nos afastar dela, ou quando nos defrontamos com a finitude, nossa mente tenta fazer o máximo possível para que nada sintamos e para nos esquecermos do assunto. O fato de sermos bombardeados constantemente por notícias de morte, numa sociedade violenta, faz com que também nos anestesiamos para evitar contato com a realidade, e projetamos no outro. Isto é, são os outros que morrem, eu não. 
Segundo KOVACS (1992), a noção da morte pode ser vista de formas diferenciadas de acordo com as diversas fases da vida. Na infância, a morte é vista como algo que pode ser mudado e a cultura apresentada hoje traz também a ideia que escondê-la é a melhor opção a se fazer.
Nos adolescentes a morte é entendida como sendo uma contradição, o jovem está voltado para a construção da sua identidade e sente muitas vezes como alguém inabalável, tornando, assim, a morte bem distante.
No adulto a morte passa a dividir espaço com seus compromissos e responsabilidades profissionais e afetivas. É nessa fase que surge a morte como possibilidade. Na vida adulta, abandona-se a ideia de um ser invencível e abraça-se  a causa de que a morte sempre vence.
A velhice além da morte do corpo que está sendo percebido, o idoso tem que lidar com a morte da sua profissão com a morte de suas funções corporais e intelectuais, com a morte de parentes e amigos dentre outras.
Nos dias de hoje, com a produção sendo o pilar da sociedade capitalista, um idoso que não trabalha perde o seu valor, sendo considerado como sem importância colocando a margem da sociedade.
Assim, o idoso passa a ser considerado pela sociedade como  sinônimo de morte.
Os anciãos [...] também pode ter experiênciado muitas perdas, algumas de relacionamentos distantes, algumas de relacionamentos mais profundos e íntimos – pais, parceiros e inclusive filhos. Existe muita tristeza a ser enfrentada, e também é claro o anúncio de que a porta da morte está aberta e não tão longe  (ERIKSON, 1997).
Apesar de todas essas perspectivas, podemos considerar que o medo da morte não é exclusivo as pessoas que estão em uma faixa etária mais avançada, mas, em todos os momentos da vida dos seres humanos.

5. Metodologia

O atual trabalho orientou-se pela pesquisa qualitativa usando a abordagem fenomenológica-existencial. Foram realizadas entrevistas com 4 sujeitos entre 78 e 97 anos escolhidos através de indicação de conhecidos, sendo as mesmas realizadas na casa dos entrevistados.
O procedimento realizados foram entrevistas que seguiram um roteiro de 6 questões ,gravadas e com registros de anotações.
O roteiro deste trabalho foi orientado pelas seguintes perguntas:
Fale um pouco de você, Como você avalia a sua vida, Você já pensou na sua própria morte, Você acha que tem alguma relação entre o que percebo da minha morte com a qualidade de vida, O que você acha que vai deixar mais saudade nos outros quando a sua morte chegar, O que você tem vontade de voltar atrás e mudar alguma coisa na sua vida.

5.1 Participantes

Apresentaremos, a seguir, uma sinopse das entrevistas realizadas no período de abril/2012 a maio/2012. Os participantes tiveram suas identidades preservadas e foram numeradas de acordo com a ordem da realização das entrevistas.
Participante 01
Idade de 97 anos, natural de Uberlândia, sexo masculino, escolaridade incerta, tem problemas de saúde relacionadas a coluna, intestino e de audição no ouvido direito, porém lúcido e com boa capacidade de compreensão. Relata que a sua infância até a juventude foi muito pobre, pois, morava na roça e teve que mudar para a cidade para conseguir emprego, sua mãe faleceu que ela tinha 14 anos, e seu pai sofreu AVC alguns anos depois, relata que teve mais dificuldade na vida que felicidades.
Foi casado há mais de 30 anos e decidiu abandonar o casamento, sua ex-mulher morreu em 1993, ficou alguns anos sozinho e há 16 anos conheceu sua nova companheira na qual relata que a sua vida começou a ficar boa depois desse acontecimento.
Atualmente mora com sua mulher de 84 anos que é também sua cuidadora, onde a conheceu em encontros de danças. Participantes 01 é acompanhado por profissionais de enfermagem e medicina.
Participante 02
Idade de 78 anos, natural de Pernambuco mora em Uberlândia há mais de 30 anos, sexo masculino, escolaridade incerta, tem problemas de saúde relacionadas a coluna porém é lucido e uma boa capacidade de compreensão. Viveu toda a sua infância até a maior idade na roça trabalhando pesado, porém, sente saudade dessa época, relata que tem uma vida boa e que não acha mais nada difícil na vida, é casado há 59 anos morando ele é sua esposa, tem 8 filhos sendo que três faleceram quando criança.
Participante 03
Idade 84 anos, natural de Uberlândia, sexo feminino, escolaridade técnica de enfermagem, tem boa capacidade de compreensão, foi criada pelos irmãos, pois os pais faleceram que ainda era criança, casou aos 15 anos de idade no qual relata que sofreu muito, pois era muito pobre, porém, nunca passou fome, viveu e trabalhou muitos anos na roça no qual tem saudade de trabalhar com os animais e com plantação. Tem 12 filhos sendo 4 já falecidos, perdeu o marido em acidente de carreta há alguns anos, perdeu todos os 6 irmãos sendo que o ultimo faleceu há 8 anos, perdeu um neto em acidente de moto há 20 anos atrás e relata que começou a ficar doente desde então.
Tem problemas de saúde relacionada a diabetes porém coração e pressão estão bons, mora há 12 anos com um companheiro que conheceu em encontros de danças, o participantes 01, relatando que a sua vida começou a melhorar desde então, pois viajam muito e começou a sair mais.
Participante 04
Idade 87 anos, natural de Campina Grande, reside em Uberlândia a mais de 30 anos, sexo feminino, escolaridade incerta, não relatou problemas de saúde, porém, se apresentava com muita de dificuldade de locomoção e de audição, mas com uma boa capacidade de compreensão, teve 9 irmão, viveu 28 anos na roça na qual relata uma vida muito pobre e sofrida devido ao muito trabalho e ao pai que não lhe dava liberdade, relata que sua vida melhorou depois do casamento tendo hoje 59 anos de casada, mora apenas com o seu marido e relata que tem uma vida feliz.

6.  Resultado e Discussão

Em todos os sujeitos entrevistados pode-se observar a saída das zonas rurais para as cidades, motivado pelas melhoras condições de vida. O fato é notável pela fala dos participantes:
P.1) “ Vida muito sofrida, na fazendo, fui para a cidade tentar estudar..”
P.2) ”Meu negocio era roça, trabalhava pesado, mas achava bom, a gente tinha muito prazer”
P.3) ”Nasci, me criei e trabalhei na roça, vida muito difícil, mas casei e mudei para a cidade”
P.4) ”Trabalhei muito na roça quando eu era mais nova, gosto muito de plantar e cuidar de criação.”
Nota-se que a referencia aos tempos antigos traz uma nostalgia que é, porém, carregada de prazer compensatório. Os participantes mostram um vida de trabalho, mas também de prazer.
Chama a atenção no discurso dos participantes a forma como se referem a rede de familiares.
As relações sociais são muito importantes para a saúde física e psicológica dos longevos, em seu artigo RAMOS (2002) aponta a importância dos cônjuges e demais familiares e amigos para uma melhor qualidade de vida dos idosos.
P.1) “Fiquei muito sozinho depois que separei da minha mulher, e ela morreu. Há 16 anos que estou a minha nova companheira, ai que a minha vida começou a ficar boa, viajei muito Araxá e esse Triangulo Mineiro, dancei muito forro.
P.2) “Sou casado há 59 anos, e tive muito sorte no casamento”
P.3) “Me casei com 28 anos de idade, depois disso que a minha vida começou a ficar boa, agradeço ao meu marido, que foi fiel e bom pra mim.
P.4) “Meus filhos e netos são o que me motivam a viver”
É interessante notar que na maioria das falas o cônjuge tem grande influencia na forma mais positiva que os participantes lidam com a vida.
Essas mesmas relações sociais, são os que sentirão mais saudades quando a finitude chegar, mostrando a importância do pertencer ao outro.
P.1) “Acho que vou deixar saudade na vidas de muitas pessoas...”
P.2) “Com certeza eu vou deixar saudade na vida da minha esposa e dos meus filhos...”
P.3) “Vou deixar saudade dos meninos (filhos) e do senhor José ( marido) quando a morte chegar”.
P.4) “Vou deixar saudade é na minha família, as pessoas da mina amizade, vizinhos eu gosto demais dos meu vizinhos, estou morando a 42 anos só nessa casa.
Para Erik Erikson (1964) a terceira idade é marcada por um olhar retrospectivo, fazendo com que ao aproximar-se do final do ultimo estagio psicossocial a pessoa que está acima de 60 anos sinta a necessidade de avaliar se a vida teve algum sentido.
Se a avaliação for positiva a um sentimento de mais tranquilidade quando a própria morte chegar se a avaliação for negativa a um sentimento de angustia e medo da morte.
Percebe-se nas falas dos participantes, um medo diante da própria finitude, mas não influenciado por alguma avaliação do passado, mas sim, pelo medo da separação que a morte traz dos familiares.
P.4) “Tenho medo de morrer por causa dos meus filhos, não quero deixa-los. Eles precisam de mim.
P.3) “Eu fico pensando no dia da minha separação, fico pensando o que será do senhor José (marido)! O que será dele!
Fica bastante notório o foco que os entrevistados dão a sua existência em relação aos familiares, dando a entender que a sua permanência é muito importante para que os outros estejam bem.
Podendo ser alguma demonstração de que há medo da sua própria finitude, porém sendo mascarado pelo receio de como irão ficar os familiares quando a sua própria morte chegar.
A avaliação da existência citada por Erikson (1964) não traz nas falas dos participantes algum remorso de uma vida mal vivida, ou de algo que tenha a necessidade de mudar para sentir que teve uma boa existência. O que se percebe é um sentimento de dever cumprido.
P.1) “Não tenho vontade de voltar atrás e concertar alguma coisa, sinto que já cumpri a minha missão, dei estudos aos meus quatro filhos.”
P.2) “Se eu pudesse voltar ao passado não mudaria nada, a única coisa ruim foi quando eu fiquei uns 8 anos doente.”
P.3) “A única coisa que eu queria voltar atrás na minha vida, é a minha mãe, queria que ela estivesse viva, esse é a única coisa que mudaria.”
P.4) “Se eu pudesse voltar ao passado a única vontade que tenho era de ter meus filhos pequenos comigo, tenho muita saudade dessa época, pois eu sabia tudo o que acontecia com eles.”
Não existe aparentemente nas falas dos participantes nenhum arrependimento de algo vivido ou não na sua existência. Percebe-se que há um sentimento de tranquilidade quanto a questões relacionadas a avaliação da vida.
P.2) “(...) a vida é boa demais, é muito bom acordar cedo e olhar pra esse sol bonito e ver o céu azul. Vou ficar com saudade do mundo quando eu for embora.
Fica claro nos entrevistados nenhum sentimento de desespero ou vontade de concertar algo que foi deixado para trás que poderia estas afetando a sua vida. De acordo com Kovacs (1992) os longevos lidam com inúmeras perdas  familiares, amigos, saúde, profissão) durante a sua existência, porém a vontade de ter os amigos que se foram, a saúde que se enfraquece e os familiares que não estão juntos é compreensivo.
Portanto, é importante ressaltar que de acordo com a mesma autora a faixa estaria que biologicamente está mais próxima da finitude é a terceira idade. Falar da morte é complexo, pois, existem vários fatores como preconceitos e estereótipos construídos socialmente sobre o tema, e mais delicado ainda é tratar sobre a sua própria não existência, pois , de acordo com CARSOLA (2004) a morte consiste no fator mais assustador da vida humana.
Mesmo levando em consideração a complexidade que esse tema traz, podemos observar que os participantes tinham consciência que a morte esta próxima, não demonstrando nenhuma dificuldade em expressar o que acham, como podemos observar nas seguintes falas:
P.1) “Eu não penso na minha morte com desespero, pois ela é normal a gente veio ao mundo com uma missão.
P.2) “Perdi muitas pessoas, a gente não veio para toda vida, temos que conformar. Eu espero em Deus na hora de chegar a morte não tem jeito de correr, mas procurar eu não procuro não ( risos).
P.3) “Quem de novo escapa, da velhice não passa, tudo acontece como tinha que acontecer.
P.4) “Eu tenho medo da morte, todo mundo tem medo dela, mas eu luto sempre contra ela, no meu modo de pensar tenho que viver cada dia que Deus me deu.
Entre os participantes surgiu de maneira unânime a espiritualidade como um consolo para lidar com as fragilidades da vida, olhando para a existência como se tivesse alguma missão a ser cumprida, transferindo toda a decisão de viver ou morrer para Deus.
De acordo com PESSINI e BERTANCHINI (2006) a etimologia da palavra espiritualidade significa sopro da vida, encontrar o seu sentido, e essa busca pelo transcendente vai além dos dogmas das religiões tradicionais, sendo de grande importância para lidar com o fato da aproximação da própria finitude.
P.2) “No dia em que Deus quiser eu estou pronto, eu vivi até agora, muitas pessoas novas já morreram, se chegar a hora de morrer é por que Deus quis.
P.3) “Eu sempre por dentro fico satisfeita com a vida, quem manda é Deus, o dia que ela (morte) chegar, pode chegar.
P.4) “No meu modo de pensar tenho que viver até os últimos momento que Deus me deu, a morte é o fim do caminho que Deus deu pra gente.
Mesmo com a compreensão do transcendente, permanece a ideia do filosofo Epicuro (341 a.c), onde a morte não é nada pra nos, pois quando existimos, não existe a morte e quando existe a morte, não existimos mais.
P.4) “Eu não acredito que exista uma vida após a morte...”
Fica claro em um dos entrevistados que não acredita em outra vida, mesmo sendo um das ideias que a espiritualidade traz como possibilidade.
Talvez a espiritualidade possa ser uma forma de negação da morte, onde transferi a responsabilidade de viver ou morrer para algo que esta acima de cada um dos participantes, para Kierkegaard a angústia humana, é sentida quando o homem percebe que é um ser finito, buscando sempre estágios superiores do estético e ético da sua existência, onde apenas no estagio religioso vai encontrar sentindo para sua existência, fazendo com que consiga lidar melhor com a sua própria finitude.

7. Algumas Reflexões

Ao final do trabalho, julgo importante afirmar que tanto a velhice quanto a morte própria morte são temas complexos a serem discutidos e problematizados. Pois os dois temas são alvo de duvidas e preconceitos pela sociedade.
Durante a pesquisa observa-se uma quantidade enorme de estudos com crianças e adolescentes de teóricos de grande influência na psicologia e de outras áreas da saúde e poucas pesquisas em relação aos idosos, porém a tendência desse cenário é de mudar devido a quantidade crescente de idosos, e faz-se necessário um olhar diferenciado para essa faixa etária, pois já supera o crescimento do restante da população não apenas do Brasil mas de vários outros países.
A psicologia é uma ferramenta importante para a compreensão do ser humano em todas as faixas etárias de crianças a idosos e compreender sobre os aspectos da finitude para esse ser que evita falar sobre a morte é muito importante, pois o mesmo irá se deparar com ela durante toda a sua existência.
Pelo fato da morte ser considerada um tabu e naturalmente da sociedade associasse finitude com o idoso, surgiu o interesse de tentar compreender como os longevos lidam com esse fato, tão único, complexo e desafiador de envelhecer sabendo que um dia todas as suas vivencias sua historias e o seu corpo chegará ao fim.
Observa-se que as relações sociais e familiares são importantes para lidar com o aspecto da não existência, porém nos participantes entrevistados, essas mesmas relações que os fazem se sentirem melhor, são as que geram sentimento de angustia diante da separação que a morte trás.
A espiritualidade surge como outro fator importante na vida dos entrevistados e aparece como uma forma de conseguir dar respostas aos aspectos da existência e o da finitude, sendo uma ferramenta de ajuda para a compreensão e talvez a aceitação da própria morte.
Enfim, a morte é um acontecimento, que faz parte do desenvolvimento de todos os seres vivos, e está presente no cotidiano de todos nós, dos mais novos aos mais velhos, porém está inserido em um contexto social histórico de negação, sendo vista apenas como uma representação de fracasso e interrupção a vida, o qual está em transformação de acordo com os dados aqui levantados para uma perspectiva mais construtiva que sinaliza a conclusão de uma missão.
Talvez a finitude tenha algo a nos ensinar, precisamos apenas ficar atentos com o que ela pretende nos dizer.
Finalizo esse trabalho com uma reflexão de Rubem Alves (1993) que pode nos ajudar a repensar sobre a nossa relação com a morte.
“Houve um tempo em que nosso poder perante a morte era muito pequeno. E por isso, os homens e as mulheres dedicavam-se a ouvir a sua voz e podiam tornar-se sábios na arte de viver. Hoje o nosso poder  aumentado, a morte foi definida como a inimiga a ser derrotada, fomos possuídos pela fantasia onipotente de nos livrarmos de seu toque. Com isso, nós nos tornamos surdos as lições que ela pode nos ensinar. E nos encontramos diante do perigo de que, quando mais poderosos formos perante ela ( inutilmente, porque só podemos adiar...) mais tolos nos tornamos na arte de viver. E, quando isso acontece, a morte que poderia ser conselheira sabia transforma-se em inimiga que nos devora por detrás. Acho que para recuperar um pouco da sabedoria de viver, seria preciso que nos tornássemos discípulos e não inimigos da morte. Mas para isso, seria preciso abrir espaço em nossa vidas para ouvir a sua voz. Seria preciso que voltássemos a ler os poetas...”


Sobre o Autor:

Ricardo Augusto dos Santos - Psicologo pós graduado em terapia familiar e sexualidade, atualmente trabalha co-mo psicologo em um centro de atenção psicossocial de álcool e outras drogas na cidade de Uberlândia- MG trabalhando também como terapeuta de família neste serviço.


Referências:

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Fonte:https://psicologado.com/atuacao/psicologia-clinica/a-velhice-e-a-presenca-da-finitude-a-percepcao-da-terceira-idade-sobre-o-caminho-entre-o-envelhecimento-e-a-morte

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