MERCÚRIO AUMENTA O RISCO DE DOENÇAS AUTOIMUNES;ATENÇÃO COM OS FRUTOS DO MAR

Mercúrio aumenta risco de doenças autoimunes; atenção com os frutos do mar

O metal chega ao corpo humano principalmente pela ingestão de frutos do mar pescados em áreas contaminadas. Estudo dos Estados Unidos aponta que o estrago pode ser maior entre as mulheres

Frutos do mar apresentam taxas mais altas de mercúrio despejado em mares e rios

Com complicações completamente distintas, doenças como a esclerose múltipla, o diabetes tipo 1 e o vitiligo têm um fator em comum. O desenvolvimento desses males autoimunes pode estar ligado à ingestão de mercúrio. É o que indica um estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, publicado hoje no jornal Environmental Health Perspective.

A pesquisa indica que mesmo níveis baixos do metal podem influenciar no surgimento dessas enfermidades que atacam o sistema imunológico. A descoberta serve como um alerta ao consumo de frutos do mar, que apresentam taxas mais altas da substância despejada em mares e rios. Atividades de garimpo e de mineração estão entres as principais responsáveis pela contaminação.

As doenças autoimunes acontecem quando estruturas de defesa passam a atacar células saudáveis do próprio corpo, acreditando se tratarem de inimigas. As razões do desajustes ainda não são conhecidas pela ciência. “Mas, agora, temos um bom motivo do por que as pessoas desenvolverem doenças autoimunes”, explicou à imprensa Emily Somers, professora do Departamento de Medicina Interna da Universidade de Michigan e autora principal do estudo.

A mineração é uma das atividades que mais poluem rios e mares com mercúrio, contaminando animais aquáticos

Prevenção



Por falta de informações sobre a origem dos males autoimunes, os cientistas da instituição norte-americana saíram em busca de fatores externos que pudessem estar ligados ao problema de saúde. “Um grande número de casos dessas enfermidades não é explicado pela genética. Por isso, acreditamos que estudar causas ambientais nos ajudaria a entender por que a autoimunidade acontece e como podemos ser capazes de intervir”, explicou Somers.

No estudo, foram utilizados dados sobre mulheres com 16 a 49 anos e participantes de um grande levantamento nutricional — o National Health and Nutrition Examination — realizado entre 1999 e 2004. Durante a análise das informações, os cientistas notaram que a maior exposição ao mercúrio encontrado nos frutos do mar foi relacionado a uma taxa maior de autoanticorpos — proteínas produzidas pelo sistema imunológico quando ele não consegue distinguir entre os próprios tecidos e células potencialmente prejudiciais.

Essa condição é uma precursora dos problemas autoimunes. “A presença de autoanticorpos não significa necessariamente que eles vão levar a uma doença. No entanto, nós sabemos que os autoanticorpos podem preceder os sintomas e o diagnóstico delas”, destacou Somers.


Fonte:http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/02/16/noticia_saudeplena,152232/


Aumenta a concentração de mercúrio no oceano



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De acordo com os resultados de um novo estudo, os níveis de mercúrio no Oceano Pacífico estão subindo. A alta pode significar que mais metilmercúrio, uma neurotoxina humana formada quando o mercúrio é metilado por micróbios, se acumule em peixes marinhos como o atum.
A pesquisa surge em um momento no qual cientistas e autoridades, que até agora se preocupavam mais com a concentração atmosférica do elemento, estão começando a busca por um quadro mais amplo quanto ao ciclo do mercúrio. As diretrizes do governo norte-americano quanto ao teor aceitável de metilmercúrio em peixes estão sob revisão.
Não se sabe ainda ao certo de que maneira o mercúrio atmosférico, quer lançado diretamente no oceano, quer transportado pelos rios ou depósitos costeiros, é metilado e por fim absorvido pelos peixes, que representam uma das fontes primárias de exposição humana ao metilmercúrcio. Mas novos dados, recolhidos por Elsie Sunderland, bióloga da Universidade Harvard, e seus colegas também propõem um possível mecanismo para a metilação de mercúrio no oceano.
Os pesquisadores recolheram amostras na parte leste do Pacífico Norte, uma área que também havia sido monitorada em cruzeiros de pesquisa conduzidos por cientistas norte-americanos em 1987 e 2002. Eles estimaram que o mercúrio metilado responde por até 29% de todo o mercúrio contido sob as águas do oceano, com menores concentrações presentes em massas de água mais profundas. Os modelos de computador desenvolvidos pelo grupo indicam que a deposição atmosférica de mercúrio poderia, até 2050, conduzir a uma duplicação das concentrações totais de mercúrio no oceano, ante os níveis existentes em 1999.

A equipe também encontrou uma relação entre os níveis de mercúrio metilado e carbono orgânico. Segundo os cientistas, partículas de carbono orgânico, originado de fitoplâncton ou outras fontes, podem oferecer superfícies sobre as quais os micróbios seriam capazes de metilar mercúrio no oceano. O mercúrio metilado seria posteriormente liberado na água.
Não se tem ainda um mecanismo causal para o fenômeno, mas ele parece estar vinculado ao bombeamento biológico do oceano. Resultados anteriores de observações conduzidas no Pacífico Sul e na região equatorial do mesmo oceano, localizaram concentrações semelhantemente altas de metilmercúrio nos locais onde a atividade biológica era mais elevada. A conexão tem implicações para a mudança do clima e para o ciclo do mercúrio. Oceanos mais quentes e mais produtivos, com mais fitoplâncton e mais peixes, poderiam elevar o volume de mercúrio metilado que termina nos pratos humanos.
Os pesquisadores também propuseram a hipótese de que as águas do oeste do Pacífico podem estar recebendo mercúrio depositado devido à elevação das emissões atmosféricas da Ásia, e de lá se deslocando para o nordeste do Pacífico. O oceano agora só pode estar respondendo a cargas de mercúrio mais elevadas geradas por deposição atmosférica passada, diz Sunderland. Daniel Cossa, do Instituto Francês de Exploração e Pesquisa Marítima (Ifremer), em La Seyne-sur-Mer, e seus colegas recolheram dados sobre mercúrio no Mar Mediterrâneo, para artigo a ser publicado em maio pela revista Limnology and Oceanography.

Os dois estudos indicam que nem todo o mercúrio metilado vem diretamente de fontes costeiras ou fluviais, e confirmam que ocorre metilação em profundidades moderadas nas águas oceânicas, de acordo com Nicola Pirrone, co-autor do estudo dirigido por Cossa e diretor do Instituto de Poluição Atmosférica do Conselho Nacional de Pesquisa Italiano, em Rende. Para ele, que também comandou a avaliação científica sobre o mercúrio conduzida no ano passado pelo Programa Ambiental das Nações Unidas, o oceano é uma grande lacuna no ciclo do mercúrio.
Robie Macdonald, especialista em mercúrio em águas árticas noDepartamento Oceânico e de Pesca do Canadá, diz que embora o mercúrio na atmosfera tenha se elevado em cerca de 400% nos últimos 100 a 150 anos, as concentrações parecem ter aumentado em apenas 30% nos oceanos. “Nós estivemos tão ocupados observando a atmosfera que não nos preocupamos com o oceano”, ele diz. “Ambos os estudos são realmente importantes, no que tange a chamar a atenção da comunidade científica quanto aos efeitos e riscos do mercúrio”.
Quaisquer medidas de controle do metilmercúrio, porém, precisam levar em conta que volume vem de fontes naturais inevitáveis e que volume é gerado por fontes antropogênicas como a combustão de combustíveis fósseis, aponta Pirrone.
A controvérsia quanto a isso continua. A falta de dados quanto às alterações no nível de metilmercúrio em peixes, e quanto às origens naturais ou antropogênicas do composto, levou um tribunal da Califórnia a decidir em março de 2009 que as empresas que produzem atum em lata não precisam informar em suas embalagens sobre o teor de metilmercúrio em seus produtos. A Food and Drug Administration (FDA, agência federal norte-americana que regulamenta alimentos e remédios) está avaliando suas normas quanto ao risco de consumo de metilmercúrio em peixes.
Fonte:https://biodireitomedicina.wordpress.com/tag/universidade/?


Genética influi pouco em doenças autoimunes




Vilhena Soares - Correio BraziliensePublicação:23/05/201
Em um estudo publicado na revista Nature, pesquisadores ingleses fizeram um mapeamento genético de grandes proporções em busca de indícios que ligassem a origem das doenças autoimunes a fatores genéticos. O objetivo da equipe era encontrar uma maneira de combater essas enfermidades em sua formação inicial, mas o resultado mostrou que o enfoque nos genes pode não ser muito efetivo, pois outros importantes fatores parecem estar por trás do desencadeamento desses males.

Os cientistas da Universidade Queen Mary, de Londres, realizaram o sequenciamento genético de mais de 40 mil pessoas. A investigação usou como base seis quadros autoimunes: doenças da tireoide, doença celíaca, doença de Crohn (enfermidade crônica inflamatória intestinal), psoríase, esclerose múltipla e diabetes tipo 1. O mapeamento dos participantes foi dividido em dois grupos, sendo que 24.892 voluntários tinham algum desses males, e 17.019 eram saudáveis. Ao analisar os genes dos dois conjuntos de indivíduos e compará-los, os estudiosos perceberam que o fator genético das doenças é pequeno (na ordem de 3%). Logo, outros fatores seriam grandes responsáveis por esse tipo de condição.

De acordo com David Van Heel, professor de genética gastrointestinal de Queen Mary e líder do estudo, os genes que foram identificados não são suficientes para que um tratamento mais eficaz possa ser desenvolvido. “Para cada doença, deve haver centenas de fatores, e o risco genético é provavelmente herdado de um grande número de variantes de ambos os genitores. Se for esse o caso, talvez seja possível prever com exatidão as chances de um indivíduo desenvolver doenças autoimunes. Entretanto, os resultados não fornecem informações essenciais sobre a base biológica dessas condições e sobre as vias envolvidas”, destaca o pesquisador no trabalho.

Para o geneticista da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Luis Ricardo Goulart Filho, o estudo ajuda a esclarecer suspeitas que sempre existiam na área médica. “Existem doenças, como o diabetes, que conseguimos identificar o gene responsável pelo desencadeamento dela, mas muitas outras enfermidades dessa magnitude são causadas por fatores externos. Como esse estudo mostra, seria bastante complicado definir os agentes só no DNA da pessoa”, destaca o pesquisador. O geneticista diz ainda que as pessoas com um gene relacionado a alguma doença podem não desenvolvê-la. “Podemos usar como exemplo o caso da Angelina Jolie, que tinha cerca de 80% de chances de ter câncer de mama. Isso significa que 20% (de pacientes como ela) não desenvolvem. Por isso, não podemos generalizar e dizer que a hereditariedade seria a principal causa. Temos fatores, como o estresse e a poluição, que podem fazer diferença”, destaca. (VS)

Fogo amigo

Doenças autoimunes são quadros que ocorrem quando o sistema imunológico ataca e destrói os tecidos saudáveis do corpo, como se fosse incapaz de distinguir o que é prejudicial e o que faz parte do próprio organismo. Existem mais de 80 tipos dessas enfermidades.

Fonte:
http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/
noticias/2013/05/23/
noticia_saudeplena,143471

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