REMÉDIOS PARA INSÔNIA E RINITE AUMENTAM RISCO DE DEMÊNCIA

Mulher com um copo de água e remedios na mão e mulher idosa ao fundo

Remédios para insônia e rinite aumentam risco de demência

Ao longo da pesquisa, 797 dos 3.434 participantes desenvolveram perda da função cerebral
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Washington ligou medicamentos usados regularmente, incluindo remédios para insônia, depressão e rinite alérgica à demência.
A pesquisa, publicada na revista científica, Jama Internal Medicine, apontou que doses mais elevadas e o uso prolongado destes medicamentos estavam ligados a um maior risco de demência em idosos. O perigo aumentava se o condumo fosse diário por três anos ou mais.
“Apesar do estudo ter apresentado essas conclusões, o tipo de associação encontrada não é definitiva e vários fatores podem ter influenciado os resultados. A pesquisa abre, claramente, uma possibilidade de investigações mais robustas neste sentido. É bom deixar claro que a associação que o estudo encontrou restringiu-se ao uso três medicações (doxepina, difenidramina e oxibutinina) por tempo prolongado (3 anos). Não há nenhuma definição até o momento sobre os efeitos em uso esporádico e até mesmo em uso crônico com menores durações. Até o momento, não há recomendações específicas no sentido de evitar o uso desses remédios”, explica o neurologista do Einstein, Samir Magalhães.
As medicações citadas no estudo têm efeitos anticolinérgicos, que bloqueiam a acetilcolina, um neurotransmissor envolvido em diversas atividades do nosso cérebro, dentre elas, memória, atenção e alerta. Esses remédios podem transitoriamente levar a efeitos adversos comprometendo essas funções.
Apesar de o estudo ainda precisar de um aprofundamento, ele serve para que médicos e farmacêuticos adotem uma abordagem preventiva. “Evitar o uso prolongado de agentes sedativos com efeitos anticolinérgicos, seguir estritamente as recomendações médicas de tratamento e, sempre que apresentar algum sintoma não esperado da medicação, informá-lo”, acrescenta o neurologista.
Vale ainda lembrar que a automedicação é considerada um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Em nosso país, pelo menos 35% dos medicamentos são adquiridos sem prescrição médica. “É fundamental o paciente ter um acompanhamento médico e ser orientado sobre suas condições de saúde e sobre medicações de uso contínuo ou mesmo ocasional. Todos os remédios podem apresentar efeitos colaterais dos mais diversos, que podem variar desde simples reações de mal estar e desconforto abdominal, até reações mais graves como alergias, que podem comprometer a segurança do paciente”, conclui Magalhães.
Fonte: Samir Magalhães, neurologista
http://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/remedios-para-insonia-e-rinite-aumentam-risco-de-demencia.aspx

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